Depois da porta – Priscila Monteiro Santos (priscmonteiro.wordpress.com)
Quando conheci seu lar, estava meio atrapalhado, foi pego desprevenido por suas próprias palavras, que lançaram o convite despretensiosamente, pensando que não seria aceito. E eu que gostava de provocá-lo, aceitei, pois vi nos seus olhos, a certeza do meu não.
Foi engraçado, vê-lo tentando esconder-se de mim, não querendo que visse a bagunça, que era parte do seu cotidiano, sem nem imaginar, o tamanho que era a minha própria bagunça.
Você me abordou enquanto tomava sorvete, e contemplava o mar, era uma cena boba, e eu era apenas uma menina boba, tomando sorvete na companhia de um bom livro. Era turista na sua cidade, a cidade que através de você todos os dias transformava-se em poesia, achei graça daquele apartamento, cercado de memórias, que me aproximaram de você, mais do que todas as conversas que poderíamos vir…
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Poeta da Garrafa 