MasticadoresBrasil Editora: Miriam Costa
I
Andando a esmo nos campos de linho lilás ondulava meu olhar,
ia fumando de cachimbo colorindo a tarde e era eu um rapaz lindo juro.
Exultante, brioso, assoviaba com o canto viril da primavera nos bolsos.
Nada existia, fora os risos que as pegadas deixavam para trás e o fundo do universo.
E o rio feito de transparências infinitas serpenteava ao meu lado cavalgando as pedras.
Fluía cantarolando quando surgiram vozes que murmuravam como pranto:
– Vem comigo te misturar ao mundo!
– Vem comigo te saber profundo!
II
Escrevendo o ditado me armei contra o destino e desandei caminhos
onde espreitar a morte e desafiar desaforado a turva sorte.
Soube no coração que aquele menino que fugiu de Charleville tinha razão:
A beleza era amarga para quem mal caiu do céu e a matéria da vida um claro instante.
As donzelas se arroupavam com dilemas…
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