Hoje só tenho um poema
Com versos eufóricos, delirantes!
Um poema e meia taça de vinho
Um poema puma veloz!
Altivo, semi-saciado
Convém não estar pesado no verso quatorze
Agora esse poema pintado de azul tomou forma de nuvem
De repente olhos de lince espreitam
Selvas se embrenham no poema
Começa saltar sol da segunda estrofe
Ainda que ondas amassem e submerja algum verso
Ainda que métricas tentem acrescentar consonâncias,
ritmos, desenhos litúrgicos…
Não há como oprimir a liberdade
Não se consegue esganar a rebeldia
Esse único poema sai do mar riscado de corais
Costelas resplandecem!
Respira melhor fora da água
Sai o poema da água
Sai parecendo espécie evoluindo para outra
Ora anfíbio, ora terrestre mordendo frutas
O verso vinte e um sente fome
Mais uma repetição de século
Ribombam fileiras de automóveis em seu corpo
Congestiona o mar
Alguma coisa cai do ar como fórmula de bomba
Pousam borboletas numa pedra bem cheia de musgo
O lado de fora do verso entra para dentro da poeira.
Belleza inmune. Un placer leerte.
💜💜💜
Mi agradecimiento Esperanza.