Estou no mar
Que venham os esmos!
Que o barco naufrague – não morro!
Que as tempestades arranquem os pelos do
meu corpo – não caio desse barco a pique
Que a quilha quebre com as punhaladas
do mar – em ti não morro!
Que as gaivotas rumem para a terra
e me deixem perdido!
Que as baratas do mar suguem a tristeza
da carne das sereias, mas não se aproximem
de minhas vísceras, sou o teu veneno!
Que as ilhas afundem nesse sangue azul
e eu não tenha nada além da fúria de lutar
em teu corpo – que não conseguirá matar-me
Que os tubarões e outros carniceiros
não me venham espreitar!
Eu sou o corpo que faltava no mar!
Eu sou o que não aceita tua impiedade.
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Sobre Poeta da Garrafa
Sou o Poeta da Garrafa. Odilon Machado de Lourenço nascido no pampa, ventado em minuanos, procurador de esmos e lonjuras. O que busca caminhos e olhos, palavras e sonhos. O que segue no claro do sol e da lua, o que navega e silencia à beleza. O que lavra a terra, águas e céu, plantador de passos, horizontes, sementes de amor e ternura. O que vai a colher miragens, tomar sombras, redemoinhar sem leme. Sou a distância dos dias e das noites que andam comigo contemplando o mundo. Sou brumas revoadas pelo som das auroras, amanhecido de velhas histórias e delírios. O veio, o nascedouro de uma loucura, mas sou sublime se contemplares meus olhos e ouvir meus sentidos. Sou folheador de paisagens, miscigenado brasileiro da Latino América, ouvidor de marulhos e brisas, caçador de estrelas. Olhador de fogueiras, enritmado de blues, samba e versos. Sou uma deriva com porto.
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