Onde estiveres

Vou buscar-te atrás dos teus desejos

Compor-te em minhas mãos feito o poema

Traduzir-te na minha língua a crueza da vida

Vou buscar-te para que sigas comigo

Para que sinta-se segura aos meus olhos

Para que venhas à meus lábios sedenta de amor

Vou buscar-te desfazendo lonjuras

Rimas inacabadas, coisas impossíveis…

Cometerei pecados e não pecarei

Vou buscar-te como água em sedentas lonjuras

Como um arquiteto buscando a perfeita forma

Sendo um circo montado, um palco em Pasárgada

Vou buscar-te ouvindo os ecos dos teus passos

Salivando tua voz, desejando tuas luas

Rasurando tua boca na tinta da noite

Vou buscar-te para tatuar em ti meus abraços

Recitar-te lentamente a voz do meu sonho

Para retirar-te o punhal da tua dor vou buscar-te.

Sobre Poeta da Garrafa

Sou o Poeta da Garrafa. Odilon Machado de Lourenço nascido no pampa, ventado em minuanos, procurador de esmos e lonjuras. O que busca caminhos e olhos, palavras e sonhos. O que segue no claro do sol e da lua, o que navega e silencia à beleza. O que lavra a terra, águas e céu, plantador de passos, horizontes, sementes de amor e ternura. O que vai a colher miragens, tomar sombras, redemoinhar sem leme. Sou a distância dos dias e das noites que andam comigo contemplando o mundo. Sou brumas revoadas pelo som das auroras, amanhecido de velhas histórias e delírios. O veio, o nascedouro de uma loucura, mas sou sublime se contemplares meus olhos e ouvir meus sentidos. Sou folheador de paisagens, miscigenado brasileiro da Latino América, ouvidor de marulhos e brisas, caçador de estrelas. Olhador de fogueiras, enritmado de blues, samba e versos. Sou uma deriva com porto.
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6 respostas para Onde estiveres

  1. Chronosfer disse:

    “Traduzir-te na minha língua a crueza da vida”, belo verso. o meu abraço.

  2. bom poema, um poema bonito!!

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