São verdes teus olhos
É verde como o musgo nas pedras
Como as roupas trajadas nas árvores
Como o mar babilônico que banha o entorno da Ilha
É verde o céu noturno em raras vezes de loucura
É verde como a lua naufragada
Como o sol pousado nas folhas da aurora
Como bananeiras queimando em napalm as gentes
amarelas e os verdes arrozais do Vietnã
São verdes as tardes que cobrem nossa mesa e as
roupas dos que cercam-nos na paz
São verdes as cores de Iberê enteladas na memória
Nasceu das matas e das penas dos pássaros o verde que
colore os espelhos nas águas e os brotos que nascem em tua pele
E são verdes os desenhos tatuados nos teus sonhos
São verdes os pratos e espalha-se no vão dos talheres as verduras da tua boca
São verdes nossas mãos que se apertam enrelvadas
E verde é o baixo relevo entalhado na flâmula dos mares
que beijarão nossas sombras ao mergulho da noite que ainda não veio.
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Sobre Poeta da Garrafa
Sou o Poeta da Garrafa. Odilon Machado de Lourenço nascido no pampa, ventado em minuanos, procurador de esmos e lonjuras. O que busca caminhos e olhos, palavras e sonhos. O que segue no claro do sol e da lua, o que navega e silencia à beleza. O que lavra a terra, águas e céu, plantador de passos, horizontes, sementes de amor e ternura. O que vai a colher miragens, tomar sombras, redemoinhar sem leme. Sou a distância dos dias e das noites que andam comigo contemplando o mundo. Sou brumas revoadas pelo som das auroras, amanhecido de velhas histórias e delírios. O veio, o nascedouro de uma loucura, mas sou sublime se contemplares meus olhos e ouvir meus sentidos. Sou folheador de paisagens, miscigenado brasileiro da Latino América, ouvidor de marulhos e brisas, caçador de estrelas. Olhador de fogueiras, enritmado de blues, samba e versos. Sou uma deriva com porto.
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