Nasceu uma flor na terra revolvida pela bomba
Terra revirada, sem adubo, mas a flor nasceu
Vieram os olhos das pessoas famintas e viram a flor
Não criam que terra tão infértil poderia dar vida
Regaram a flor, cuidaram que a mesma crescesse
Veio todo um povo ver a flor
Sua fome era grande
Nada nascia na terra revirada
Só aquela flor teimosa nasceu ali no lugar da bomba detonada
Devia ser uma ilusão aquela flor
Vieram nações inteiras ver sua cor
A flor impávida crescia ali no lugar da bomba detonada
Floria vermelho, vermelho bem tinto
Que nem sangue era a flor
A civilização inteira à viu ali no lugar da bomba detonada
Trouxeram adubo para a flor
Era tanta terra fértil que chegava dos mundos diversos
Que uma nação formou-se em torno da flor
Nem parecia que houve guerra
Que gentes morrerão sem que a morte avisasse
Sabe-se que depois da flor ninguém teve fome, nem terra revirada.
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Sobre Poeta da Garrafa
Sou o Poeta da Garrafa. Odilon Machado de Lourenço nascido no pampa, ventado em minuanos, procurador de esmos e lonjuras. O que busca caminhos e olhos, palavras e sonhos. O que segue no claro do sol e da lua, o que navega e silencia à beleza. O que lavra a terra, águas e céu, plantador de passos, horizontes, sementes de amor e ternura. O que vai a colher miragens, tomar sombras, redemoinhar sem leme. Sou a distância dos dias e das noites que andam comigo contemplando o mundo. Sou brumas revoadas pelo som das auroras, amanhecido de velhas histórias e delírios. O veio, o nascedouro de uma loucura, mas sou sublime se contemplares meus olhos e ouvir meus sentidos. Sou folheador de paisagens, miscigenado brasileiro da Latino América, ouvidor de marulhos e brisas, caçador de estrelas. Olhador de fogueiras, enritmado de blues, samba e versos. Sou uma deriva com porto.
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Bah que lindo!…depois da flor ninguém teve fome , nem terra revirada
Por certo!
Uma flor muito especial que cativou…